(Paul Thomas Anderson) |
Paul Thomas Anderson (não
confundir com Paul W.S. Anderson - responsável pela série de filmes "Resident
Evil" que vai do mediano ao trágico) é um dos cineastas mais competentes e
originais do atual cinema americano. Também é um dos meus favoritos.
O cineasta apresentou seu
primeiro longa em 1996 no festival de Cannes com o filme neo-noir “Jogada de
Risco” (também conhecido como "Sydney". Em ordem temporal, seus próximos filmes foram: “Boogie Nigths”, “Magnólia”,
“Embriagado de amor”, “Sangue negro” e “O mestre”. Comparando com a média de
seus colegas contemporâneos realizou poucos filmes; desconsiderando os 4
curtas-metragens (um deles inclusive antes de 1996), em 17 anos de carreira
foram 6 obras (grosso modo, isso equivale a um filme a cada 3 anos). A ausência
trienal do cineasta parece render bons frutos. Segundo o IMDb,
Anderson foi indicado em tantos prêmios que você o encontra em premiações que
variam de A-Z (78 indicações e 51 prêmios).
(Cartaz do filme Magnólia, 1999) |
Uma característica marcante em
sua filmografia é o interesse por estudo de personagens, seja focando em um casal
(como fez em "Embriagado de amor") ou em um coletivo
("Magnólia"). É difícil eleger qual é seu melhor filme, pois parece
que o cineasta tem recebido elogios constantes. Em geral, a crítica especializada sempre atestou favoravelmente o
talento do cineasta. Por exemplo, em sua crítica sobre “Magnólia”, Roger Ebert diz:
‘não é um filme tímido (...) faz
parte de um tipo de filme que não pede desculpas por sua exuberância, nem mesmo
protege-se com ironia contra suspeitas de sinceridade.’
Sobre o mesmo filme Pablo
Villaça sentencia:
‘Talvez a maior proeza de
Paul Thomas Anderson em Magnólia
seja sua capacidade de
fazer com que o espectador se envolva com todas as figuras que cruzam a tela
sem provocar um nó na cabeça de quem assiste ao filme. Intercalando as diversas
tramas, o diretor consegue manter um ritmo constante enquanto desenvolve
paralelamente as situações vividas por seus personagens. (...) Magnólia é certamente um dos melhores – senão o
melhor – filme de 1999 (levou o grande prêmio no Festival de Berlim). Talvez o
estilo auto-indulgente de P.T. Anderson seja uma das causas que o tornam
`antipático` para os conservadores membros da Academia (não é todo mundo que aguenta
mais de três horas de diálogo); talvez o problema resida em seus temas
polêmicos (especialmente drogas e sexo). Seja como for, tenho a mais absoluta
convicção de que chegará o dia em que este diretor/roteirista será reconhecido
como uma das grandes revelações da década de 90.’
O mesmo crítico ao
escrever sobre “O
mestre” destaca o seguinte:
‘(...) Paul Thomas Anderson continua a demonstrar seu talento
descomunal como cineasta tanto pela maturidade de seus temas quanto por seu
preciosismo estético’
(Sangue negro, 2007) |
Seu penúltimo filme ("Sangue
Negro", 2007) eu considero uma obra-prima moderna, tamanha foi a capacidade
de desenvolver um complexo personagem obcecado pelo seu achado
(petróleo).
É notável como sempre conseguiu
extrair o melhor de seus atores, como fica evidente em suas colaborações com
Daniel Day-Lewis ("Sangue Negro"), nas atuações coadjuvantes do Philip
Seymour Hoffmann (como em "Magnólia" e "Boogie Nigths") e
mais recentemente no trabalho de atuação primoroso do Joaquin Phoenix no filme
"O mestre" (que também conta com a presença do brilhante Hoffmann).
(O mestre, 2013) |
Anderson é um cineasta
obrigatório para qualquer cinéfilo. E mesmo que o gosto do espectador não se
ajuste à maneira peculiar do cineasta é inegável reconhecer o brilhantismo
técnico e intelectual sempre desempenhado pelo diretor.
Seu próximo projeto deve estrear ano que vem ou em 2015. Nomeado como "Inherent Vice", o diretor volta a fazer parceria com Joaquin Phoenix junto com o resto do elenco não menos interessante, como Josh Brolin e Benico del Toro.
(Pôster estilizado do filme "Sangue Negro", que leva qualquer cinéfilo à loucura. Outros podem ser encontrados aqui.) |