Autor convidado: Alexandre Graeff
O destino da
Voyager 1 parece ter sido profetizado em Jornada nas Estrelas: O Filme. No
filme, a sonda (a fictícia Voyager 6) foi modificada por uma civilização
avançada e tornou-se uma entidade inteligente chamada V´Ger (na verdade o nome
Voyager foi parcialmente coberto e a civilização passou a chamá-la de V’Ger),
que retorna a Terra para procurar seu criador.
Durante a
conferência de imprensa em Washington, Dr. John Grunsfeld da NASA subiu ao
pódio acompanhado pela música tema da série original de Jornada. Ele então
começou a colocar a Voyager 1 no seu discurso de abertura, dizendo: “Espaço, A
Fronteira Final. Estas são as viagens da nave estelar Voyager. Na sua missão de
36 anos: explorar novos mundos, procurar raios cósmicos anômalos, novos
plasmas, audaciosamente indo onde nenhuma sonda jamais esteve. Essas palavras
de Jornada, é claro, tem inspirado tantos de nós e eu acho que são
característicos da emoção e das descobertas que vamos falar hoje. A Voyager,
como os antigos marinheiros, está entrando em um novo território. Algum dia os
seres humanos vão deixar o nosso casulo no Sistema Solar para explorar
além do nosso sistema. A Voyager irá abrir o caminho”.
Essa é mais
uma das vezes em que Jornada nas Estrelas inspira a exploração espacial nos
Estados Unidos. Talvez seja até um dos fatores responsáveis pelos Estados
Unidos terem a principal posição de destaque na exploração espacial. O primeiro
ônibus-espacial OV-101 foi batizado de Enterprise em homenagem à série por sua
contribuição à exploração espacial, em uma cerimônia que contou com a presença
do elenco da Série Clássica.
Elenco da Série
Clássica durante lançamento do OV-101
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Embora o
OV-101 tenha ficado limitado a testes de aproximação e descida (a conversão
para vôo espacial deveria ser executada após os testes dentro da atmosfera, mas
os altos custos envolvidos foram um impedimento), ele foi um dos precursores da
era moderna do vôo espacial (embora o ônibus espacial tenha sido um erro desde
o ínicio).
As naves da
Virgin Galactic também não ficaram para trás. As naves classe SpaceShipTwo foram
batizada VSS Enterprise (Matrícula: N339SS) e VSS Voyager (Sem
matricula atribuída ainda).
VSS Enterprise
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Para aqueles
não tão familiarizados com a série, uma das séries de Jornada nas Estrelas se
chama “Star Trek: Voyager”. A VSS Voyager foi batizada em homenagem a ela.
USS Voyager –
Registro NCC-74656
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Todas essas
homenagens têm um grande motivo: a ciência poderia ser muito menos interessante
sem a ficção científica. Aquilo que a ficção científica propõe tem grandes
chances de se tornar realidade, mesmo que demore séculos. Isso ocorre porque a
ficção científica, como discutido em texto postado anteriormente, se utiliza da
ciência conhecida para criar histórias, mas adiciona um tempero a mais que cria
a pergunta: “E se?”.
Muitas pessoas
que ficavam maravilhadas ao ver a Enterprise estudar uma “estrela negra” (o
termo “buraco negro” ainda não havia sido criado quando a série citou o
conceito pela primeira vez em 1967), se tornaram os grandes cientistas que dão
vida à exploração espacial do século XXI. Como diria Stephen Hawking “A ficção
científica de hoje freqüentemente é o fato científico de amanhã.”.